sábado, 12 de outubro de 2013
Canção Amiga
Canção Amiga
(Música de Milton Nascimento)
Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça
todas as mães se reconheçam
e que fale como dois olhos
Caminho por uma rua
que passa em muitos países
se não me veem eu vejo
e saúdo velhos amigos
Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram
Minha vida nossa vidas
formam um só diamante
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas
Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
>Carlos Drummond de Andrade<
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
CIDADEMCHAMAS
Estamos hospedando neste final de semana a partir de hoje: a voz de Gisele de Souza, sexta-hoje e sábado-amanhã no Feira de Quintal 20h, junto com o baixo de Zezinho professor de Raimundinho, Cabralzinho na guitarra e o baterista faiô o memoriol, aquele remédio do marido véin de Rosa...
Tiago Moska toca todo o fim de semana no Alecrim, próximo ao Eco, com direito a Jardas Macalé "Mal Secreto" Gal FA-TAL Y OTRAS pérolas brasilianas... bom todo...
Geraldinho Pessoa, cantor, compositor brejeiro-neo/barroco-telúrico, clarinetista, violão dedilhado saxofonado - que vai abrir o show de Gilberto Gil (!!!) no Canto da Primavera - is looking for a job to his wife, as Nutricionista. Ela vindo, ele deslancha geral. Um fera com sua bela vale por mil, a torre dele, seu zen, seu mel. Ela virá. Elas virão... Eles verão no verão...
Então, Gisele de Souza vai cantar com sua banda também no Espaço Cultural Bangkok, principal do Bonfim, antiga Casa de Pedra, hora do almoço, produção deste que vos lança a palavra. A pá lavrará fará tudo de novo... Sente o drama: jazz, bossa-nova e samba... Qualquer plágio lábio no sebo de Rosa Passos já serviria. A canja no lo sé... Finalizando a noite, craro, cá no nosso esconderijo espaço cultural LIVROSSA...
Ó, estamos gravando seleções em MP3 de alto nível, o MELHOR DOS MELHORES, 11.000 músicas e, por enquanto, 1.250 preferidas. Destas, retiramos 170 e o indivíduo vai melhorar o plano astral, i. e., vai refinar o ar musical aqui do Baixo Paraíso, uma cidade perdida no eldorado e não fica em Bali, nem em San Francisco, nem em Curitiba. É aqui que é aqui... diria Vicente Sá, João Bahiano, Gadelha Neto e Sérgio Duboc.
O melhor de ensaios, crônicas e poemas dos últimos 365 dias está aqui à venda, também online. "Música Muda", arte, poliética, espiritualidade, é o ouro filosofal em forma de livro, o "ouro da Babi" diria meu cumpadi-amigo-irmão Ramundão, alo alo tagua... Fui...
Tiago Moska toca todo o fim de semana no Alecrim, próximo ao Eco, com direito a Jardas Macalé "Mal Secreto" Gal FA-TAL Y OTRAS pérolas brasilianas... bom todo...
Geraldinho Pessoa, cantor, compositor brejeiro-neo/barroco-telúrico, clarinetista, violão dedilhado saxofonado - que vai abrir o show de Gilberto Gil (!!!) no Canto da Primavera - is looking for a job to his wife, as Nutricionista. Ela vindo, ele deslancha geral. Um fera com sua bela vale por mil, a torre dele, seu zen, seu mel. Ela virá. Elas virão... Eles verão no verão...
Então, Gisele de Souza vai cantar com sua banda também no Espaço Cultural Bangkok, principal do Bonfim, antiga Casa de Pedra, hora do almoço, produção deste que vos lança a palavra. A pá lavrará fará tudo de novo... Sente o drama: jazz, bossa-nova e samba... Qualquer plágio lábio no sebo de Rosa Passos já serviria. A canja no lo sé... Finalizando a noite, craro, cá no nosso esconderijo espaço cultural LIVROSSA...
Ó, estamos gravando seleções em MP3 de alto nível, o MELHOR DOS MELHORES, 11.000 músicas e, por enquanto, 1.250 preferidas. Destas, retiramos 170 e o indivíduo vai melhorar o plano astral, i. e., vai refinar o ar musical aqui do Baixo Paraíso, uma cidade perdida no eldorado e não fica em Bali, nem em San Francisco, nem em Curitiba. É aqui que é aqui... diria Vicente Sá, João Bahiano, Gadelha Neto e Sérgio Duboc.
O melhor de ensaios, crônicas e poemas dos últimos 365 dias está aqui à venda, também online. "Música Muda", arte, poliética, espiritualidade, é o ouro filosofal em forma de livro, o "ouro da Babi" diria meu cumpadi-amigo-irmão Ramundão, alo alo tagua... Fui...
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
pós-depois
depois após o fim do fim
do imundo
sujaram as ruas como as suas casas
então vieram tocar
céu gisele de souza geraldo pessoa
betto dourah erasmo dibel fred brasiliense humberto
poemas de amâncio para amansar as feras
habitáveis em qualquer peito amante
dos ossos de brasília
uma ilha cercada
de goyazes
aqui nu goiás
uma ilha cercada de brasília
por todos os lados
qual é o lado do lado lado a lado?
qual lago?
do imundo
sujaram as ruas como as suas casas
então vieram tocar
céu gisele de souza geraldo pessoa
betto dourah erasmo dibel fred brasiliense humberto
poemas de amâncio para amansar as feras
habitáveis em qualquer peito amante
dos ossos de brasília
uma ilha cercada
de goyazes
aqui nu goiás
uma ilha cercada de brasília
por todos os lados
qual é o lado do lado lado a lado?
qual lago?
um deddo de eus
um dedo de deus
dois dedos de deus e um adeus
de eus e egos
o ego é cego
nada é seu
e sou teu
me sinto só
com a lua com o sol
dois dedos de deus e um adeus
de eus e egos
o ego é cego
nada é seu
e sou teu
me sinto só
com a lua com o sol
desde que o samba
a tristeza é sonho
sonora senhora
das aspas
o samba ainda não chegou
o samba é a mãe das artes
e das manhas em geral
Alô, alô, são torquato quaresma?
sonora senhora
das aspas
o samba ainda não chegou
o samba é a mãe das artes
e das manhas em geral
Alô, alô, são torquato quaresma?
MANÁ
Maná
(A Manassés e Eduardo Leal)
Perdoo-me por Manassés
menti sem querer
Talvez excesso de verdade
quem sabe por amor à arte
quiçá por amor
Noite de sol
frente à Pousada da Geni
Pirilampos pirilavam em Piri...
LCS
(A Manassés e Eduardo Leal)
Perdoo-me por Manassés
menti sem querer
Talvez excesso de verdade
quem sabe por amor à arte
quiçá por amor
Noite de sol
frente à Pousada da Geni
Pirilampos pirilavam em Piri...
LCS
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
AGNI- O FOGO SAGRADO - 4
AGNI - O
FOGO SAGRADO - 4
PROF.
HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA
As salamandras que vivem nas chamas, são elementais
superiores aos gnomos, ondinas e sílfides, porque estas últimas vivem no
âmbito terrestre, enquanto que as primeiras possuem consciência superior. No
Templo de Delfos, uma salamandra se punha em comunicação com os Iniciados.
Porfírio, discípulo de Plotino, que conhecia bastante o Oculto, revelou
aos homens a seguinte prece da Salamandra, que não é propriamente a ela
dirigida, mas ao próprio Fogo Criador, mesmo porque os elementais ou Espíritos
da Natureza não conhecem outra linguagem senão a que lhes é própria:
"Ó imortal, Eterno, Inefável e
Sagrado Pai de todas as coisas,
conduzido no carro que desliza
sem cessar pelos mundos, que dão
sempiternas voltas. Dominador dos
etéreos campos, onde se assenta
o trono do Teu poder, de cujo vértice
Teus poderosos olhos tudo
vêem, e Teus formosos ouvidos tudo
ouvem. Escuta a prece de
Teus filhos, aos quais amaste desde o
começo dos séculos. Tua eterna
majestade resplandece sobre o mundo,
e sobre o céu das estrelas.
Estás acima de tudo, ó fogo faiscante,
que por si mesmo se estende e alimenta.
Por seu
próprio esplendor, saem de Tua
essência inesgotáveis fontes de luz,
que se difundem de Teu Espírito Infinito.
Esse Espírito é o Criador de tudo.
Ó Pai
Universal, criaste Tua essência adorável.
É dever nosso louvar e adotar a Tua sublime
vontade,
com ardente ânsia de possuir-te,
ó
Pai, ó mais Terna das
Mães,
exemplo admirável da ternura materna.
Ó Filho, Flor de Todos os Filhos.
Ó forma de todas as formas. Alma, Espírito,
Harmonia
e Nome de tudo quanto existe.
Nós Te adoramos".
Se alguma prece
possui valor, esta ao menos encerra em si, os grandes mistérios da Vida
Universal, da Fonte de Energia, que a tudo e a todos banha. Ao ouvi-la, parece,
com efeito, que se acende em nós o Fogo oculto, que nos aproxima da
Divindade, como verdadeira Usina que é, de Força, Luz e Calor, para não dizer,
de Vontade, Sabedoria e Atividade.
É ainda, do
mesmo Porfírio: "Existe na Divindade uma insondável profundeza ardente. O
coração humano jamais deverá temer o contato desse Fogo adorável, porquanto não
será por Ele destruído."
Ele é o doce
Fogo, cujo feliz e tranquilo calor determina o encadeamento das causas, a
Harmonia e vital continuidade do mundo. Nada existe que não seja por Ele
alimentado pois é Ele a própria Essência Divina. Ninguém o gerou. É sem Pai nem
Mãe... nem causa alguma. Mas, tudo sabe e Nada lhe pode ser ensinado. É
imutável nos seus desígnios e seu Nome é inefável. Eis aqui o que é Deus. Nós,
míseros mensageiros seus, nada mais somos do que uma
partícula Sua.
A antiguidade
sábia, por sua vez, já nos ensinava: do mesmo modo que um fogo violento queima
até as árvores verdes, o homem que estuda compreende os livros santos, apaga,
em si, toda mácula nascida do pecado. E aquele que conhece perfeitamente o
sentido de Veda-Shastra - os ensinamentos da Lei, qualquer que seja sua
condição, prepara-se, durante o seu estudo neste mundo, para a
identificação com BRAHMÃ (liberação). Os que muito
estudaram, valem mais do que os que pouco leram. Os que possuem tudo quanto leram,
são preferíveis aos que leram e logo esqueceram. Os que compreenderam, possuem
mais mérito do que aqueles que sabem simplesmente o que decoraram. Os que
cumprem com o dever, uma vez este conhecido, são preferíveis aos que
simplesmente o conhecem, mas não o praticam. O conhecimento da Alma Suprema e a
devoção para com Ela, são os melhores métodos para se chegar à Felicidade
Suprema da liberação. Com a devoção, resgata as suas faltas; com
o Conhecimento de Brahmã, consegue a Imortalidade.
Aquele que procura adquirir conhecimento efetivo de seus deveres, possui
três categorias de provas: a evidência intuitiva, o raciocínio discursivo e a
autoridade dos diferentes livros deduzidos das Santas Escrituras.
Ainda mais: o
discípulo concentrando a atenção em tudo isso, alcança o "perceber" a
Alma Divina em todas as coisas, visíveis e invisiveis. Pois, considerando
a Alma Divina em tudo, e reciprocamente, tudo na Alma Divina, não entrega o
espírito à iniquidade. A Alma Suprema, é, com efeito, a SÍNTESE de todos os
deuses e aquilo que pulsa no íntimo de quantos atos
realizaram todos os seres animados. Que o discípulo contemple, em suas
meditações, o éter sutil que inunda todas as cavidades de seu coração; o
ar que atua em seus músculos e nervos, a Suprema Luz do Sol e do Fogo, em seu
calor digestivo e em seus órgãos visuais; a Água, nos fluídos de seu corpo; a
Terra, em todo seu corpo. Veja, também, a Lua (Indu) em seu coração; os Gênios
das 8 regiões do Espaço, no órgão de seu ouvido; Hara,
em sua força muscular, Agni, em sua palavra, Mitra em
sua faculdade excretória, Pradjápati, em seu poder gerador. Acima de
tudo, porém, deve representar ao Grande Ser (Para-Purusha) como o Soberano
Animador do Universo. Mais sutil do que o Átomo, mais brilhante que o ouro,
mais puro e único capaz de ser concebido pelo Espírito, no Sono da mais
abstrata contemplação. Uns adoram a Para-Purusha, no Fogo Elemental. Outros, no
Manu, senhor de todas as criaturas; outros, em Indra; outros em Vayu e Tejas;
outros, no eterno Brahmã. Porém, este Soberano Senhor é aquele que, ao
desenvolver todos os seres com um corpo formado de cinco elementos, os faz,
sucessivamente, passar do nascimento ao crescimento; do crescimento à
dissolução, com movimento semelhante ao de uma Roda que gira. Por isso o homem
que reconhece a sua própria Alma na Suprema Alma Universal, presente em tudo e
em todos, mostra-se igual perante todos e tudo, e alcança a mais feliz das
sortes: a de ser finalmente absorvido no Seio de Brahmã.
Por mais dificil que isso tudo
vos pareça, o fato é que não é impossível, eu vô-lo posso afirmar. Como nos
antigos Códigos Iniciáticos, no nosso o método é posto em execução. Mesmo
porque, sendo a sua Missão a de preparar uma Nova Civilização portadora de
melhores dias para o mundo, é seu dever formar o Homem Integral, que desde já
sirva de Arauto àquela Civilização.
Quanto aos ideais que vedes por
toda parte, e que são causadores da luta fratricida que se desencadeia no mundo
do que demonstrações palpáveis do fim de um ciclo apodrecido e gasto, ao qual
se seguirá o dealbar do glorioso dia da raça que prenunciamos. Por baixo de
todas essas formas grosseiras de "salvação", se notam os anseios
espirituais do verdadeiro Ideal da Fraternidade Humana.
Daí o dique tutelar, por nós e poucos mais,
construído, para reter as águas invasoras do materialismo bravio, que
ameaça tragar todos os seres da Terra.
AGNI - O FOGO SAGRADO - 3
AGNI - O FOGO SAGRADO - 3
PROF. HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA
Apolo é o deus
da Poesia e da Música, e, como tal, o Pai das Artes e das Musas. As flechas
saídas de seu inspirado peito são mais certeiras do que as de cupido, cujos
olhos vendados não podem perceber que uma delas fere o coração de sua própria
Mãe, Vênus, já que esta representa o próprio Espírito da Terra. Daí a frase dos
Elohim: "Multiplicarei as tuas dores. Com dor parirás os filhos. Maldita
seja a Terra em sua obra: espinhos e abrolhos ela produzirá. (Gênesis II vers.
16/17)
Cupido não é outro senão o
Augoeides neo-platônico, ou o Eu-Consciência-Imortal, do mesmo modo que Atmã, o
Sétimo Princípio, Cristo, etc., da própria Teosofia, como também, o Sétimo ou
último estado de Consciência que a mônada é obrigada a alcançar na Terra. Razão
porque esta, como Mãe de Cupido, segundo a Mitologia, foi a primeira a ser
ferida no peito, pois a Terra é o lugar de sofrimento ou depuração para a
própria Mônada.
A Mitologia nos
diz, ainda, que as flechas de Apolo são a emanação da sublime beleza. E que
foram temperadas, docemente, no coração do deus, a Ele volvendo, para serem
purificadas e prontas novamente a disparar, em contínuo vai-e-vem, como o
próprio "vai-e-vem" das marés, das várias encarnações do Ego. Por
isso mesmo, podendo-se conceber tais palavras como o maravilhoso símbolo do
impulso da Vontade Criadora, para que se realize a
salvadora evolução.
O Amor é uma
chama ardente desse Fogo imortal. Tudo arde, inflamado por essa chama. O corpo
humano vive pela contínua combustão, que nele se realiza. O próprio Hipócrates,
já procurava curar as moléstias, por meio do fogo. E hoje, a diatermia está em
franco uso.
A febre é um
aumento do Fogo, que se esforça por queimar as escórias perturbadoras do
organismo. Quando o corpo não as pode vencer e o excesso de fogo se vê
impossibilitado de destruir tais escórias, o calor ou febre aumenta de tal
forma que o organismo, não mais podendo resisitr, morre.
Repito, o Amor
é uma chama do Fogo Divino, pelo qual nascemos, crescemos e nos transformamos.
O mesmo sucede
com a Natureza: vemos brotar uma flor, que depois de alguns dias ostenta suas
formosas cores, para logo perfumar o ambiente que a cerca. Uma força interna
impulsiona, tal como a energia de um motor impulsiona toda a engrenagem
de uma máquina. Porém tal energia, é algo expansiva; é a essência do Fogo, não
daquele que encerramos num foguete, que explode em maravilhoso espetáculo,
deixando espaço cravejado de lágrimas multicores, muito menos o das metralhas,
que destrói a vida de inúmeras criaturas... Mas o de seu Divino Pai: o
Fogo Celeste.
Esse foi o Fogo
roubado por Prometeu, o titã rebelde, acorrentado no cume de uma montanha, para
que os abutres se cevassem nas suas entranhas. Aquele mesmo que, ainda hoje,
não perdeu a Fé, por saber que é partícipe da natureza dos deuses, já que
Prometeu é a própria Humanidade, acorrentada nos grilhões de sua contumaz
inconsciência. Ele possui, portanto, o direito à Imortalidade, a qual, ninguém,
nem mesmo Deus lha pode negar.
Prometeu,
segundo a Mitologia, nos ensina o desprezo pela dor, e a necessidade do
esforço, a fim de alcançarmos a libertação. E daí nos cingirmos com a Coroa do
Divino Fogo, a mesma que circundava a fronte de Moisés, quando desceu do
Sinai, após haver contemplado a Luz, face a face. Esse fogo é o mesmo que,
"em línguas de Fogo, no dia de Pentecostes (segundo a adaptação que a
Igreja fez dos misteriosos símbolos da antiguidade) desceu sobre os
apóstolos". E isso, dentro da sentença oriental: "quando o discípulo
está preparado o Mestre aparece". E tal Mestre, não é outro senão a
própria Consciência, adormecida no imo de todos os seres; aquela mesma que, nos
Contos de Fadas, se acha com toda a sua corte, adormecida em plena floresta
negra (ilusória, ou de ignorância), adormecida, à espera do príncipe
encantador, que a venha despertar de tão amargurado letargo...
O Alquimista
João Tritamo, instrutor de Cornélio Agripa, abade dos beneditinos de Spanheim,
dizia:
"Deus é um
Fogo essencial e aceso em todas as coisas, e principalmente no homem. Deus é
Fogo; porém, nenhum fogo pode arder, nenhuma chama pode brilhar no seio da
Natureza, sem que o Ar ative a sua combustão. Nesse caso, em nosso interior
deve agir o Espírito Santo, como o AR ou Sopro emanado de Deus".
"Cada
coisa, dizia ele ainda, é uma Trindade de Fogo, Luz e Ar. Em outras palavras: o
Espírito - o Pai - é um Fogo Divino, superessencial; o Filho, a Luz
manifestada; e o Espírito Santo, o Ar ou movimento superessencial".
"O Fogo
reside no coração e distribui seus raios por todo o corpo, dando-lhe a vida;
porém nenhuma luz nasce desse Fogo sem o espírito de santidade".
A filosofia esotérica assegura que
reside no homem uma espécie de FOGO, chamado KUNDALINI. É o Fogo Serpentino
latente no centro básico de vitalidade (o cóccix), como serpente enroscada em
seu letargo, até que desperte e continue ativa, mediante a purificação do corpo,
das emoções e da mente, como o completo domínio dos três mundos: físico,
emocional e mental. Isso não se pode alcançar facilmente, sem o que, todos os
homens já teriam obtido a Suprema Perfeição.
Tão logo o
discípulo se encontre em condições, tal Fogo sobe por Sushumna, que é o
"nadi", ou conduto medular da coluna vertebral, à cuja direita se
acha o nervo "Ida" e à esquerda, "Píngala", termos técnicos
esses, que empregamos segundo o Orientalismo, por não conhecer, até hoje,
a Ciência oficial o referido fenômeno, mas que o nosso
Colégio Iniciático se encarregará de modificá-los,
futuramente, para o nosso idioma.
Assim, possuindo o discípulo os condutos medulares em perfeitas condições,
Kundalini por eles se eleva, abrindo as Portas dos mundos invisíveis, mesmo
porque o humano fogo, pondo-se em contato com o Divino (qual o fenômeno de dois
carvões numa lâmpada elétrica) a Energia Cósmica se estabelece. É o que se pode
chamar de "Fiat Lux", pois de fato, a "Luz espiritual" se
faz para o discípulo.
É o mesmo
fenômeno da cana onde Prometeu encerrou o Fogo roubado aos deuses. Do mesmo
modo que o Tirso dos iniciados, e o Caduceu de Mercúrio, cujas duas serpentes
enroscadas nos dão a nítida e perfeita compreensão dos referidos "nadis"
ou condutos medulares da coluna vertebral. Quanto ao capacete alado de
Mercúrio, simboliza a Inteligência Suprema, a Mente
Universal. Nas escrituras sagradas
vemos "Elias arrebatado num carro de Fogo". O próprio nome
"Elias" provém de Hélios do Sol.
Em tudo pulsa esse misterioso Fogo. Tudo nasce e vive por
Ele. E, se bem observarmos a Natureza, de tal nos convenceremos:
"Entre as plantas aquáticas,
diz Maeterlinck, figura como a mais romântica, a Valisnéria, essa
"hidrocarídea", cujos desposórios formam o episódio mais trágico da
história amorosa das flores. A Valisnéria, entretanto, é uma insignificante
planta, desprovida da graça encantadora do nenúfar, espécie de loto europeu, ou
de outras flores subaquáticas, de airosas cabeleiras. A Natureza, porém,
esmerou-se em lhe dar uma formosa história. Toda a
existência dessa planta se desenvolve no fundo das águas, em uma espécie de
sonolência, até o momento nupcial, em que vive uma nova vida. Então, a feminina
flor vai lentamente desenrolando a longa espiral de seu pedúnculo, emerge das
águas e se abre, estendendo-se garbosamente na superfície do lago. Eis que, de
lugar vizinho, a vê-la, apenas através da sombria água que a cobre, a flor
masculina sente-se bruscamente retida, porque o talo que a sustém e lhe dá vida
é demasiadamente curto, não lhe permitindo chegar até à superfície das águas, e
aí consumar a união nupcial entre estames e pistilos. Trata-se de um defeito,
ou da mais cruel das provas da Natureza?
Imagine-se, com
efeito, a horrível tragédia desse desejo, dessa transparente fatalidade, desse
suplício de Tântalo de estar vendo e tocando o que é inatingível. Semelhante
drama seria tão insolúvel, como o nosso próprio drama na Terra.
Mas, eis que surge,
de repente, um novo e inesperado elemento.
Terá a flor
masculina o pressentimento de tamanha decepção? Não o sabemos. O certo, porém,
é que ela soube guardar em seu coração uma bolha de ar, como guardamos, em
nossa alma um doce pensamento de inesperada salvação... Dir-se-ia que vacila um
instante, para logo, em esforço supremo, o mais assombroso de quanto se conhece
na vida das flores e dos insetos, romper, heroicamente, o laço que a liga à
existência, para voar à altura de seu amoroso ideal. Corta, por si mesma,
seu pedúnculo e, em incomparável impulso, entre pérolas de alegria, suas
pétalas se desfolham pela superfície das águas... Ferida de morte, porém
livre e rutilante, flutua um instante ao lado de sua amorosa consorte. A união
dos dois seres se realiza, depois da qual a flor masculina, sacrificada em aras
de seus desejos, é joguete das águas, que levam seu cadáver para a margem
vizinha, enquanto a esposa - já mãe - cerra sua corola onde
palpitam, ainda, os amantes eflúvios; enrola seu pistilo e desce novamente às
profundezas aquáticas, afim de amadurecer o fruto de um amor heróico e sem
limites".
Essa formosa
passagem da vida das flores aquáticas, dá-nos a idéia do FOGO amoroso, que
pulsa no seio da Natureza. Se disséssemos que o Universo é FOGO, não
mentiríamos. Tudo quanto percebem os nossos sentidos não é mais do que sombras
e fumo desse Fogo.
AGNI - O FOGO SAGRADO - 2
AGNI - O FOGO
SAGRADO - 2
PROF. HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA
Na Índia cantava-se, desde tempos
imemoriais, um "mantram" ou hino védico, mui profundo e comovente, o
qual tinha o poder extraordinário de atrair forças superiores em defesa
daqueles que o executavam. Tal "mantram" foi um dos muitos que
serviram para a fundação da nossa Obra. É, hoje, de conhecimento de quantos
venham frequentar as nossas fileiras, pelas várias vezes que aqui tem sido
reproduzido. Eis aqui apenas um trecho da letra do mesmo:
"Ó Agni,
Fogo Purificador
Centelha divina, que arde em todas as coisas
Alma gloriosa do SOL
AUM..."
Esta palavra
final representa a Tríplice Manifestação da divindade, que em sua essência é
Una, segundo as "três pessoas distintas e uma só verdadeira" do
plágio cristão. De tal palavra serviu-se ainda a igreja para o seu AMÉM, alías
de modo errôneo, porque a palavra verdadeira, que exprime "Assim
seja", assim se cumpra, etc., difere daquela, isto é, BIJA ou semente
que deve germinar, produzir bons frutos, etc., como sói acontecer ao nosso
próprio lema latino: SPES MESSIS IN SEMINE, que quer dizer: "A
esperança da colheita, reside na semente", ou seja, aquela que desde há
longos anos vimos lançando no campo, até então árido, mas donde vai surgir um
dia a prodigiosa civilização portadora de melhores dias para o mundo. Colheita,
portanto de tão nobres, quão elevados esforços, de nossa parte e de quantos
queiram ingressar nas excelsas fileiras da "Missão dos Sete Raios de
Luz", a SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE!
Na Grécia,
simbolizava-se a espiritual marcha da Humanidade, por jovens atletas que
corriam várias etapas, passando, de mão em mão, um facho aceso. A pista era o
templo; as etapas, os séculos, senão, os próprios ciclos raciais; os atletas,
as gerações e finalmente, o "facho aceso" era o progresso espiritual
da Mônada, como centelha ou chama, ou Ego Imortal, até alcançar o máximo de sua
evolução na Terra.
Tal simbolismo é
cheio de sugestões que nos induzem a pensar na marcha ascensional da
Humanidade, em sua contínua evolução, "etapa por etapa"... Onde
o Fogo deve ser, cada vez mais ativo, ou aceso.
Que se
intensifique, pois, o progresso, porém, apoiado no da etapa anterior, tal como
os nossos pés quando sobem os degraus de uma escada. Cumpre-nos progredir
conservando, e conservar, progredindo. Não nos devemos orgulhar de nossos
grandes progressos; são filhos do passado. E sem o "passado", não
teríamos chegado à altura em que presentemente nos encontramos. São filhos dos
esforços dos "atletas", que passaram anteriormente pela pista
do mundo, a começar por aqueles que figuram na
espiritual galeria do nosso salão de reuniões --- os Grandes Iluminados.
As crianças são
forçadas a experimentar por si mesmas, todas as coisas. Nossos conselhos e
ensinamentos as deixam perplexas. Advertimo-las, por exemplo, que não devem
aproximar suas inocentes mãos da chama de uma vela. E só compreendem a
razão de nossa advertência, depois de passarem pela "prova do fogo
físico", que tanto vale pela da "Dor", como único meio que a
própria Lei nos oferece na Vida, para alcançarmos a Perfeição Absoluta.
Entretanto, a civilização hodierna
- pelo menos no seu aspecto material, vai muito mais apressada do que nos
séculos anteriores. Com efeito, a criança de hoje, com poucos anos de idade
pode aprender aquilo que custou à Humanidade, alguns milênos de experiências.
O facho do
progresso chega às mãos da criança de hoje muito mais aceso e brilhante... O
sopro da evolução avivou poderosamente a sua chama.
Por isso mesmo, tal fenômeno pode transformar-se em
gravíssimo perigo para a sociedade hodierna. E a nós, Teósofos ou Ocultistas do
mundo, cabe o dever de pôr em jogo todos os recursos imagináveis, a fim de
evitar que "imenso e terrível incêndio" ocasione a sua total ruína.
Poderia suceder o mesmo que ao discípulo do Mago, quando, durante a ausência
daquele, começou a fazer "Experiências" por conta própria, para logo
se ver envolvido em chamas... E só não teve um trágico fim, por ter seu Mestre
voltado à casa.
O Fogo
impulsionou o progresso material. Foi, porém, o Fogo terreno, o fogo interior,
a borra, e não a sublimada essência.
O homem domina hoje a Terra, o Ar, a Água, por meio do Fogo.
Não sabe, entretanto, dominar a si mesmo, porque abriu a torneira do barril
mágico, como o fez o inexperiente discípulo do Mago. E como ignora o único meio
de fechar a torneira, está sendo devorado pelas chamas de sua própria
"ignorância"...
Esse Fogo é o
mesmo que Mefistófeles fez brotar do cantilho de vinho, diante de Valentino, o
irmão de Margarida, quando aquele se despedia dos amigos, no momento de partir
para a guerra. Porém, logo reconhecido o malévolo estratagema de Mefistófeles,
apresentaram-lhe a cruz da espada, que o obrigou a esconder-se no canto da
casa, vencido e humilhado. Mas, por
que razão esse seu receio da cruz da espada? Não será por tal símbolo ser o
mesmo do PRAMANTHA, ou antes, do Fogo dirigido nas direções dos "Quatro
Pontos cardeais"?
WOTAN cravou a
"Espada do Conhecimento" na ensinha que se erguia, forte e soberba,
diante da casa de Sieglinda. Ninguém a pôde dali arrancar, a não ser
Sigmundo, num esforço supremo, pois logo morria, após o combate sustentado
contra Hunding. Despedaçada, foi ela cair aos seus pés.
Sieglinda recolhe os pedaços, mas
não a pode recompor o próprio MIMO (figura, por sua vez, de Mefistófeles,
outraiçoeira), e sim, Siegfrido, por desconhecer o medo e a ter forjado no Fogo
Superior ou Divino, onde só se pode forjar a Espada do Conhecimento, qual a
"Flamígera Espada" de Mikael, postado à entrada do Paraíso Terrenal,
até que a humanidade inteira se torne digna do Paraíso Celeste, pois outro não
é o verdadeiro sentido do símbolo.
Que, de sublimes
mistérios estão contidos nas Chaves ocultas da Mitologia!
Na grega, por exemplo, Vulcano, o
deus do Fogo, constrói para Apolo umas flechas que, ao serem disparadas pelo
deus, volvem à sua aljava, depois de haver acertado no alvo. À primeira vista,
o simbolismo parece uma infantilidade.
Não o é, porém,
porque APOLO representa o próprio SOL, como fonte de energia e de vida do
Sistema. Do Sol nos chegam a luz e o calor, como manifestações distintas da
vitalidade. Do Sol emanam as ondas eletromagnéticas que alimentam todo o
Sistema. São as flechas que lançam o Pai-Sol, a todos os âmbitos do sistema. É
o sangue arterial que flui por todos os lados, que tudo alimenta. É finalmente,
a emoção do seu próprio Coração. A essas flechas, sucede a mesma coisa que ao
sangue arterial, voltando ao coração, através das veias, a fim de se purificar
e seguir, alimentanto todo o organismo humano.
Do mesmo modo
que as águas do rio volvem, contaminadas, ao mar, onde se misturam com as
salsas ondas, para se evaporar e purificar, depois, no imenso alambique da
atmosfera, onde formam nuvens que se desfazem em chuvas, que apagam a sede
abrasadora dos campos, animais, e dos homens; assim, as ondas eletromagnéticas
de retorno à Usina que as gerou, se purificam no Fogo do coração do SOL. Não
são essas, pois, as apolíneas flechas, forjadas pelo
divino Fogo de Vulcano?
Em sentido mais
transcendente ainda: essas flechas, atiradas por Júpiter Olímpico ao seu irmão
Júpiter Plutônico (no seio dos infernos) - segundo o cabalístico termo
"Dæmon est Deus inversus", ou: o "Demônio é o inverso de
Deus"- são as próprias Mônadas saídas do Seio do Ishvara, ou o Ser
Supremo, o Sol Espiritual dirigente do sistema, cujas "mônadas",
depois de longa série de experiências, que tanto valem por inúmeras encarnações
na Terra, vão ter ao mesmo lugar donde vieram. Outro
não é o verdadeiro sentido da "Parábola do Filho Pródigo" que volta à
Casa Paterna, de tão má interpretação religiosa, embora fosse o próprio Santo
Agostinho quem lhe desse o verdadeiro sentido, conscientemente ou não,
quando diz:
"Viemos da Divindade e para Ela
havemos
de retornar".
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