quarta-feira, 9 de outubro de 2013

À Poeira Voltaremos



À Poeira Voltaremos



O Creador inventou milhões de mistérios, expressos em cada um de nós, nos bichos, nas flores, nas estrelas, nas pedras, nas águas, no fogo das vaidades, nas inverdades, na vida.

Somos o nosso próprio mistério e o maior inimigo nos habita, íntimo de nós, o mais. Inimigo de que? De nós mesmos. Ele não é nosso censor, nem sensor, radar, mas um “amigo”. Oculto, presente, sutil, que nos oferece ciladas.

Vencer a si próprio talvez seja mais difícil que vencer na vida, seja que vida for. “... Vence na vida quem diz sim...”, buarqueando o assunto. Sim. Às incertezas, às tristezas, à falta de ar, ao desassossego. Porque é mais fácil dizer sim ao sim. “... Meu coração é novo/ e eu nem li o jornal...”. Não é tão fácil dizer não ao não...

E a paixão? Ilusão? Demasiado coração? Sem razão? Momentânea sedução? Por que não? Depois “seguramos” as conseqüências, sejam quais forem, se você for puro na relação. Inocência cansa. Amar demais é proibido, não nos filmes...

Mover o imaginário das pessoas. Há quem faça isso sem ser cineasta, poeta, artista de circo. Há gente pra tudo nesse mundo fecundo, fim do mundo vagabundo, carente de carinho, atenção, cuidado, zelo, prece, amor. Universalmente amor...

Há que se dedicar à vida que está ao seu lado, nem que seja por alguns segundos, minutos, pois a vida pulsa a cada instante, e não teremos mais o direito à depressão, por exemplo, ao excesso de melancolia, paralisação no tempo, retroação; o ego tomando conta de tudo...

Se pensássemos mais nos outros, no que nos cerca, veríamos que precisaríamos fazer alguma coisa pra sair da ficção egocêntrica, egolatria. Seríamos parte do todo (como verdadeiramente o somos), de tudo. Seríamos um com a existência, um fio de cabelo que desse um nó. Uma mó a mover as águas da vida. Um sol, uma estrela, um luar perdido no mar, uma flor exalando o que não pediu, uma criança, um ser consciente, um adolescente, um fruto maduro, um elefante de ouro, um diamante, um marfim. Um ser sem fim. Um ser, sim. Inteiro, que nem arroz ou trigo integral. Uma semente de um futuro real...

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