terça-feira, 8 de outubro de 2013

A INTOLERÂNCIA



A  INTOLERÂNCIA
AULA DO SAUDOSO GRÃO-TEMPLÁRIO SEBASTIÃO VIEIRA VIDAL ,NO RIO DE JANEIRO, EM 1954.
                Do que dissemos sobre a intolerância, que reputamos como vício extremamente ligado às características humanas, e tão perturbador da ordem,  devermos combatê-la em cada um de nós com pertinência e firmeza. Deixemos agora de lado este aspecto do comportamento humano, para passarmos a outros, também prejudiciais à harmonia necessária entre todos os seres humanos. Se pesquisarmos com cuidado, veremos que todos os defeitos que atacam o homem, quais moléstias contagiosas para as quais os médicos ainda não acharam remédio, são derivados do egoísmo, do instinto de sobrevivência, conservação e predomínio, que empolga todos os seres. Ninguém deseja ceder a outrem aquilo que conseguiu, não importa se por bons ou maus meios. Cada ser humano vê no outro um adversário pronto a derrubá-lo na primeira oportunidade. Há uma perpétua desconfiança; e como defesa natural nasce a hipocrisia. Se em todos houvesse maior dose de tolerância, se houvesse uma compreensão perfeita a respeito dos erros humanos, da origem comum desses erros, não haveria necessidade desses subterfúgios que são a mentira, a deslealdade, a hipocrisia em suma. Já vos detivestes neste aspecto do comportamento humano? Já reparastes como somos levados a julgar nossos semelhantes com a maior severidade? Estamos sempre prontos a atirar a primeira pedra, sem o menor constrangimento, embora na realidade todos nós, sem exceção, possuamos telhados de vidro. Talvez estejais pensando que somos rigorosos demais nessa asserção, por haver tanta gente que é tão boa, tão justa, que pareça poder realmente atirar sem susto suas pedradas. Para nós, que recebemos ensinamentos que unem nossas existências como contas de um colar, através das épocas e da longa e ainda desconhecida história dos homens, isto é um fato concreto. Em todos os seres há possibilidades boas ou más, uma em latência, outras predominando. Não há, ainda, seres perfeitos, na humanidade comum; há seres em evolução colhendo experiências de um estado novo, de uma forma ainda desconhecida, que é de uma maneira geral a da matéria em suas várias etapas. Há seres com maior número de tendências (“skandas”) boas ou más, dentro daquilo que em dada época se possa chamar de bem ou mal.
                Porque o problema do Bem e do Mal é uma questão muito importante no quadro evolutivo da humanidade e do Cosmos.
                Que é bem e que é mal? São perguntas que têm dado que pensar a muitos cérebros de escol, e que talvez não tenham encontrado respostas satisfatórias.
                Voltaremos aqui a repetir um conselho dado Pelo nosso Supremo Senhor JHS, por reputarmos como do maior interesse para a evolução a que vos propusestes: Sejamos rigorosos ao julgar nossos próprios atos e pensamentos e sejamos benevolentes até o ponto de anularmos ou prejudicarmos a linha de conduta que traçamos dentro do estado de consciência a que já conseguimos chegar. Do degrau que logramos atingir nunca volvamos nossos passos atrás. Se já conseguimos, realmente, distinguir o certo do errado, ou se temos elementos para isso, então não transijamos pactuando com o erro. Estaríamos dessa forma criando causas que dariam origem a consequências funestas para nós próprios e para a humanidade em geral. No saber discernir é que está a dificuldade e a verdadeira sabedoria. Isto não se aprende da noite para o dia. Demanda muito esforço, bastante trabalho, tanto mais porque ao começarmos a trilhar a vereda, erguer-se-ão as vozes de escárnio, instigando-nos à desistência. Olhemos, pois, para dentro de nós mesmos, antes de julgarmos os outros; mas se chegamos a poder julgar, façamo-lo com critério e firmeza, com bom senso e verdadeira consciência, fechando os ouvidos às palavras feias e abrindo-os à voz sensata de nosso Eu interior.
ALERTA, IRMÃOS ,PARA TRABALHARMOS PARA A LEI QUE É JUSTA E PERFEITA E A   TUDO E TODOS REGE, ATRAVÉS DO AMOR !  POIS !
                A Sociedade Teosófica Brasileira (atual Sociedade Brasileira de Eubiose) não surgiu no Brasil como um fenômeno comum religioso, de que tão pródigo tem sido o nosso século. Como a flor de lótus que, em cem anos, floresce apenas uma vez, ela é a pétala augusta de um movimento cuja origem se confunde com as idades e para o qual os milênios são partículas infinitesimais do tempo divino. Não veio trazer aos homens o consolo da piedade, mas o consolo da Verdade e da Justiça. Surgiu como surgem, ao longo da história humana, os movimentos destinados a libertar o espírito da degradação, a alma das paixões e o corpo das enfermidades morais.
                A Sociedade Teosófica Brasileira é um elo da corrente da evolução, um anel da grande cadeia que, partindo do Logos manifestado, a Ele voltará pelos caminhos da experiência, subindo e descendo, palmilhando a espiral da travessia humana na face da terra.

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