segunda-feira, 7 de outubro de 2013

UMA SÓ MOEDA NO PLANETA



Uma Só Moeda no Planeta
A Henrique José de Souza


Se o dinheiro – o cacau, a bufunfa, l’argent -, essa tal de mola mestra das hodiernas sociedades, não compra uma pequenina e grandiosa coisa chamada... PAZ, mas... é a causa e leitmotiv na promoção das estultas e estapafúrdias guerras (compra todo o aparato bélico, por exemplo, além das “consciências” daqueles que decidem executá-las). Individual e coletivamente, submetemo-nos os humanos – ou humanoides – aos seus desideratos.

Vivemos sob um sistema capitalista, é certo, e tão cedo não haverá outro. Entretanto, se “desse a louca no mundo” – loucura cura loucura - e, ao menos, criássemos um único padrão monetário para todos os países do planeta, não já seria uma espécie de igualdade e até liberdade entre os povos?

Se um pão que compramos numa padaria de aqui tem os mesmos ingredientes e peso de outro adquirido numa panificadora nos USA, por que um seria mais ou menos caro que o outro? O trigo, o sal ou açúcar, o fermento, o gás ou a lenha do forno, teriam o mesmo custo, então... Somente questões de cultivo, alterações climáticas, etc., poderiam fazer alguma diferença, mas a princípio todos comeriam o mesmo pão e pagariam o mesmo preço. O nosso padeiro receberia o mesmo salário pelo mesmo trabalho dos de alhures.

Qual a lógica que permite ao dólar dos ianques valer mais que outras moedas internacionais, além de maior reserva de ouro? E se valesse mais o dindim do país que tivesse o maior índice de biodiversidade da Terra? Ou outro bem valoroso? Valores invertidos, não sabemos o que valemos, “há quem nem valha o carro que tem do ano”. Somos novamente adoradores do bezerro de ouro?

O que se chama de mundo está desabando e fingimos não notar. Como dizem os espiritualistas, o fim do mundo começou faz tempo; o 21 do 12 do 12 era só uma metáfora do que vai nas mentes e corações dos seres humanos, inumanos, desanimados, animados pelas coisas externas...“ Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento...” O mundo está caindo e não há água para todos nadarem no fundo do abismal precipício. É o início ou o fim do fim?

Penso que os que denominamos homens de responsabilidade estão mais preocupados em responsabilizar outros fatores para eximir-se de sua irresponsabilidade, estreitabilidade de visão, falso falho coração; ou com a responsabilidade de suas próprias contas e de sua turma, fazendo e refazendo números, pra menos e pra mais, ao tempo que a plebe rude clama mudamente por justiça e paz. É de menos ou demais?.

Afinal de contas, não se corta o mal pela raiz; diplomacia rima com hipocrisia; nenhum presidente quer imitar o discurso do mandatário uruguaio; tanto faz ser negro, branco, judeu, árabe, mulher, homem, operário, banqueiro, homossexual, heterossexual; tudo é ser desumano; é tudo igual... “...E a Terra segrega lágrimas e exsuda sangue...”.

Falta coragem. Não faltam mensagens. Falta o estadista. Não falta artista. Falta história, memória, glória. Não estaria na hora das máscaras caírem enquanto cai o pano e os tempos são chegados... ou será que será deixar ao deus dará para um tempo depois quando não mais houver o tempo?


Luis César de Souza,
autor de “Música Muda”


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