Drummond e Pessoa
Ambos lusófonos, um lusitano, outro brasiliano, ambos
de dois bons poetas, pra dizer algo de muito pouco. O rio riu quando eles
nasceram. O Tejo e o São Francisco, ou o Jequitinhonha. Foram a mais que a
média da humanidade, pra dizer algo de todo óbvio. Viveram ou foram vividos?
Sonharam ou foram sonhados?
Carlos e Fernando, parceiros da poesia, pura poesia,
um quê de poesia, um buquê perfumado de vida e vinho, sonho e alegoria, um
basta à mesmice, um estremecimento. Cada um a sua maneira, da Lusitânia e dos
Brasis, universais, uma coisa só, duas bandas de uma banda de jazz.
Suas vastas obras são preciosas jóias culturais do
século vinte. Ainda que se tente, praticamente serão inconcebíveis a exegese, o
estudo completo de seus escrevinhamentos. Ambos modernistas? Pode ser, pode até
não ser, mal os li eu. Pouco cantaram o amor lírico? Pouco plantaram,
prantearam, propuseram um novo mundo? Todavia talvez, porém, não sei. E vocês?
Um sobrenome de árvore, pedregoso, mineiro, quase
triste. Outro não se sabe em qual do singular ou plural, quase inexiste.
Solitários ou solidários? Genialidades ou simplicidades? Segue um pouco
semi-mínimo quase nada de um trecho de um texto de cada um, à guisa de
ilustração passageira e semi-breve:
“... Eu preparo
uma canção/ Que faça acordar os homens/ E adormecer as crianças.” CDA, em
Canção Amiga, musicada por Milton Nascimento.
“... Arre!
Estou farto de semi-deuses!/ Onde é que há gente no mundo?...”
FP, em Poema em Linha Reta.
LCS
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