quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Drummond e Pessoa



Drummond e Pessoa


Ambos lusófonos, um lusitano, outro brasiliano, ambos de dois bons poetas, pra dizer algo de muito pouco. O rio riu quando eles nasceram. O Tejo e o São Francisco, ou o Jequitinhonha. Foram a mais que a média da humanidade, pra dizer algo de todo óbvio. Viveram ou foram vividos? Sonharam ou foram sonhados?

Carlos e Fernando, parceiros da poesia, pura poesia, um quê de poesia, um buquê perfumado de vida e vinho, sonho e alegoria, um basta à mesmice, um estremecimento. Cada um a sua maneira, da Lusitânia e dos Brasis, universais, uma coisa só, duas bandas de uma banda de jazz.

Suas vastas obras são preciosas jóias culturais do século vinte. Ainda que se tente, praticamente serão inconcebíveis a exegese, o estudo completo de seus escrevinhamentos. Ambos modernistas? Pode ser, pode até não ser, mal os li eu. Pouco cantaram o amor lírico? Pouco plantaram, prantearam, propuseram um novo mundo? Todavia talvez, porém, não sei. E vocês?

Um sobrenome de árvore, pedregoso, mineiro, quase triste. Outro não se sabe em qual do singular ou plural, quase inexiste. Solitários ou solidários? Genialidades ou simplicidades? Segue um pouco semi-mínimo quase nada de um trecho de um texto de cada um, à guisa de ilustração passageira e semi-breve:

“... Eu preparo uma canção/ Que faça acordar os homens/ E adormecer as crianças.” CDA, em Canção Amiga, musicada por Milton Nascimento.

“... Arre! Estou farto de semi-deuses!/ Onde é que há gente no mundo?...”
FP, em Poema em Linha Reta.
LCS

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