Ora Pro Nobis
Reclamam os desvalidos o pão
Clamam os indigentes de caráter
Os pobres roucos loucos pedem um pouco
de cultura
Quem os ouvirá?
O futuro não se vê
O passado volta, regressa, torna, retorna
As mesmas cartas marcadas do até então sempre
Foram mortos e esquecidos os homens
outrora de valor
e aos de hoje quase se lhe dão ouvidos
Alvoreceres sem auroras, lauréis sem auréolas
A eterna e sofrida Divindade proverá a matéria
e o santo vinho a todos?
Os nossos físicos governantes – de passagem –
terão piedade ou misericórdia de nós?
Serão perdoados por sua contumaz,
vasta e venal parcialidade?
Os ilustres poderosos servem aos que possuem
Aos seus vassalos resta-lhes não
soerguer a cabeça e agradecer-lhes
as migalhas atiradas aqui e ali
Pois não tem voz, não a terão
Deveras são gigantescas as teias mágicas
com que se fabricam realidades
a nós diariamente expostas, impostas
E a Terra segrega lágrimas e exsuda sangue
Súditos somos de meros reis plebeus
que se julgam possuir uma nobreza que não tem
Acólitos da debilidade espiritual
suplicamos silenciosamente por justiça
Nossos filhos não entenderão a nossa
contraditória história
Um dia nos propuseram o reino dos céus
Por ora assenta-se no trono das brumas e trevas
a falaciosa palavra democracia
e todos almejam e cedem à força do vil metal
no império das ilusões e vaidades
Ó Senhora dos ocultos e transbordantes
mistérios, tesouros celestes
Corpo e alma da Natura-Mater
Mãe dos desesperados, defensora de todos
Velai pela velha e desumana humanidade
Rogai pelas almas dos seres vendidos
Orai por nós, os perdedores!
LCS
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