sábado, 5 de outubro de 2013

DO TUDO E DO TODO



DO TUDO E DO TODO


O que é o início, o meio e o fim e ao mesmo tempo o infinito? Espaço-tempo. O que era antes de ser, que será? Preexiste e permeia todas as coisas, está além de todas as coisas. Passado, presente, futuro, eterno. Incognoscível? Indefinível? Inominável, sem rosto? Louvado história afora, no mundo atual. Desconhecido para muitos, temido por muitos, distante, muito próximo, invisível? Está no átomo, no quanta, nas células, moléculas, no ar. Nas árvores, nos pássaros, na mente e coração humanos. Dizem que as crianças e os sábios lhes são mais próximos. Há, para lhe agradar - ou para acompanhar o seu cosmunismo concreto -, que ser intemerato, manso, terno, rigoroso, bom e justo. Ajusta-se bem aos que se lhes propõem uma certa disciplina espiritual, para que não se afastem dos caminhos que levam a sua santa morada. A natureza da Natureza é a sua natureza. Crea (presente do verbo crear) geometrizando, gosta de matemática e música clássica. Não tem cor. Barbudo ou imberbe, macho, fêmea, sua cor preferida são três: amarelo, azul e vermelho. Nem toda felicidade abrirá um sorriso em sua face, pois que não ama os excessos, está mais para o equilíbrio. Excesso de luxo, por exemplo. De vaidade. De erudição? Excesso de prazeres físicos? Que pensaria dos poderosos, abomináveis? Dos ricos, exploradores? De que seria feito seu reino, de plena justiça? Como alcançá-lo, em que alfarrábios o encontramos, em que localidades? Há templos, mesquitas, sinagogas, igrejas, mas não vemos seus olhos por lá. Existem as sagradas escrituras, mas não a compreendemos bem, melhor é deixar pra lá. Para que procurar por algo inexistente, sem forma, abstrato, apenas por que falam que existe e é forte, poderoso, maior que tudo e todos e concomitantemente é o nada? Seria apenas uma invenção das necessidades humanas? Quando cansado pega um disco-voador na estação das Plêiades, centro de uma de suas galáxias. De volta ao passado, dá uma volta, passa desapercebido, toma um chá, dois dedos de prosa com auxiliares feitos de fogo, dá uma olhada, mexe o dedo mínimo de Mercúrio, pronuncia a palavra mágica ou mantra ARSGALAKSHA – invocando a junção de Júpiter e Saturno, os poderes perenal e temporal - e retorna pela estação subterrânea na Serra do Roncador. Fica em seu lugar o que os tibetanos chamam de tulku, uma espécie de sócio, ou sósia. Este por sua vez possui 14 auxiliares arcangélicos encobertos mundo afora, 7 nos mundos interiores e 7 na face da Terra, sem falar numa gama extensa de seres superiores que incessantemente trabalham por sua obra e a de seu irmão, incluindo-se o círculo de resistência. O que fica ingere frutas e mel e não gosta de andar nas ruas. Alquimistas e guerreiros xavantes ajudam nas tarefas e o protegem dos olores terrenais. De tão claro é obscuro. O seu reflexo visível é a coroa boreal. Em todos os lugares e em nenhum. Que diabolus é isso? Em cima da mesa e na profundeza dos abismos, no riso da monalisa, sua oculta beleza e mistério. O próprio bem e o próprio mal, que só existe porque assim o permite, o necessário e o dos ignaros - com direito a livre arbítrio: a ganância, a violência, a ardilosidade, o engano, a mentira disfarçada de verdade. A verdade absoluta e as verdades relativas, o macro e o microcosmo, o yin e o yang; negativo, positivo, neutro. Que insondável, indecifrável, solar e luminoso como o dia, escuro e profundo como a noite. A fonte da criatividade, da paz e da alegria dentro de nós, a canção que faltava em nossa alma, o amor, a compaixão, a vida real sem recesso. Muito simples, muito complexo, o uni-verso.


Luis César de Souza
Pirenópolis-GO, 05-07-13

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