Crônica Crônica
No meio do caminho encontrei a minha Eurídice preferida e a minha
sogra preferida que me disse: obrigado pela preferência! Ela aquela
encontrava-se no Hades preferido dela: o inferno da casa da mãe. Dela, a filha
da mãe.
Encontrei a minha filha que me encontrou, mais que esperava ou
sonhava, bela, chorona, um quê de tristeza, outro quê de sabedoria da vida,
vagas vem e vão, homens perdidos, mulheres sortudas, soltudas, bundas sôrtas na
buraqueira.
Embora 2012 dois mil e treze já chegara. O poeta escrevera e acabara
de chover. Ê. Ela dizia que sua vida era apenas uma trilha sonora, tipo 365
autores, um para cada dia do ano, emepetrês, 4, pendráive. Na beira da mãe mar,
ou não. Iara, ara, sara. Como se ninguém pudesse fazer chorar uma moça de
noventa anos e fingir. Deus é mais, só Jesus na causa. Buda, Maomé, Krishna,
Zoroastro, Davi.
Era uma vez uma agente de saúde que recomendava a uma família
mal-remunerada que utilizasse ao invés de remédios uma substância atóxica ou
natural, anti-depressiva, a cana de satwa, flor de iripema, fabricada nos
sertões de Pernambuco; clandestinamente, claro.
O meu problema é que nunca li Julio Cortázar, nem mesmo em
espanhol, mas há muita gente brincando o jogo da amarelinha por aí. Não lemos
muita coisa, né? Só o insuficiente. Afinal, brazucas na bruzundanga dá nisso, e
como diz o Nélson, deveríamos os brasileiros gostar mais dos brasileiros, os
nascidos num planeta habitável por enquanto, ou deuses nos transferirão para
outras plagas quaisquer.
Moicanos de outras esferas nos esperam. Que o diga alô Zerramalho
do baralho, espantalho. Sonhava em caminhar no mato, em não esquecer a
caricatura do paraibano no próximo livro, em perdoar-se, perder-se nos braços
de alguém que pode me amar. E fumar o tempo, esquecido de si, viajar.
Tá faltano força monedal para ir ao local do crime e praticar a
terapia, como se fosse hoje o dia. Brincava que o Céu estava na Terra. Deixou
de compreender o yin e o yang. Pirou, tragou charuto, tomou catuaba, baixou
santo, porta-bandeira, joão Bosco, alismar brandão, joaquim, pai-mãe. Amém.
Educa. Faz a tua parte. Não te esqueças de educar-te, com ou sem
a arte, não falte o ar.
Se no futuro a ideia será permanente no homem, o que será a ideia?
Esta a pergunta que se fazia enquanto bebia. Respirava.
Se souber confiar em seu critério, nada a temer, diz o compositor
alagoano, quase baiano e carioca. Eu quase que sou romântico, eu almejo a
divina quintessência quântica. E a próxima etapa, é a mesma do agora? Afora
isso, só dois disso, é preciso lutar-se, enlutar-se e partir, nunca em vão,
ainda que em vão não. Partir não será esquecer, mas um tempo pra voltar, ainda
que pra outro lugar. Como se ter ido na imaginação fosse necessário para ficar
aqui. Ou acolá.
O que pode ser a simultaneidade dos tempos, no tempo dos
pleiadianos?
LCS
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