A EXPERIÊNCIA HUMANA DO PRAMANTHA
Laudelino Santos Neto
Momento 1 – Construindo o Abstrato
Pramantha é trabalho. O Novo
Pramantha é um Novo Trabalho. É sobre este Novo Trabalho que vamos discorrer.
Antes porém, alguns esclarecimentos para facilitar a compreensão do arcabouço
conceitual desse texto. Pramantha é aqui entendido como o trabalho organizado e
realizado por diversas hierarquias, das mais celestiais às mais humanas, focado
no desenvolvimento da humanidade. O Novo Pramantha, inaugurado em 25 de
fevereiro de 1963, tem como ponto fulcral a construção do Quinto Sistema de
Evolução. Este conceito de Pramantha, de Novo Pramantha, encerra alguns
corolários. Vamos nos ater a apenas um deles. Ora, se o Novo Pramantha é o
trabalho organizado e realizado por hierarquias celestiais e humanas, para a
construção do Quinto Sistema de Evolução – que segundo alguns textos deverá
estar no seu apogeu dentro de 30 mil anos – existe uma dimensão, um estado de
consciência, em que o celestial, o humano, o presente e o futuro se articulam. Esta
dimensão, no nosso entendimento, é a o mental abstrato. Nas tradições
esotéricas e orientais, inclusive no escopo da doutrina eubiótica, o ser humano
é formado por sete naturezas: físico, vital, emocional ou astral, mental concreto,
mental abstrato, búdico ou intuitivo e crístico ou atman. Segundo estas
tradições, em decorrência dos diversos atrasos ocorridos na evolução, a maioria
da humanidade se encontra com sua consciência focada entre o emocional e o
mental concreto. Existe uma minoria já no mental abstrato, e alguns poucos que
conseguem, por lampejos, penetrarem nas dimensões do búdico e do crístico. Ainda
segundo os ensinamentos divulgados pela Sociedade Brasileira de Eubiose, o
plano mais denso que as hierarquias divinas podem atingir, é o mental abstrato.
Do mesmo modo, o plano mais sutil que a humanidade, como um todo, pode atingir,
em breve, também é o me
ntal abstrato. É então no mental
abstrato que ocorre o diálogo entre o divino e o profano, ou humano. Para os
deuses, a dificuldade se apresenta em representar o saber, ou melhor, o
amor-sabedoria das suas respectivas dimensões de atman e búdico numa linguagem
racional. Isto porque o mental abstrato ainda é uma expressão, mesmo que sutil,
da mente racional. Para o ser humano, é necessário romper as amarras do
comparativo, analógico, do mental concreto (este ainda impregnado das
incertezas, inseguranças e frustrações do emocional) e construir pontes para o
mental abstrato.17 Esta passagem do concreto para o abstrato não se faz
facilmente. E como nas lendas que narram a transformação do homem comum em
herói, as principais dificuldades são as criadas na mente e no coração do
candidato. Há que se romper as amarras mentais e emocionais que davam
sustentabilidade ao estado anterior e, ao mesmo tempo, dissipar os véus
maiávicos criados, principalmente, pelo emocional/astral. Estas criações
maiávicas são interpretadas pelo discípulo como oriundas de estados superiores
de consciência (mental abstrato e búdico) mas, em verdade, são produtos da
estratégia de sobrevivência do ego, que estruturado nos limites seguros (apesar
de sofridos) do emocional/astral com o mental concreto, não ousa romper o
pseudo equilíbrio e lançar-se em direção ao futuro, ao novo. A passagem do
mental concreto para o mental abstrato, no nosso entendimento, implica uma
série de transformações. Algumas acontecem no território da subjetividade,
quando o ego se reposiciona na psiquê, eixando de ser um reflexo interno do
mundo exterior para se tornar um referente da individualidade. Outras ocorrem
quando o mundo objetivo é reordenado em novas bases. Vemos como fascinante o
estudo e a pesquisa das possibilidades deste trânsito mental, do concreto para
o abstrato. São desafios para novos trabalhos, novos enfoques. Dentro do âmbito
do que no momento nos propomos refletir – o trabalho como valor essencial no
Novo Pramantha – cabe apenas uma pequena observação: operar no mental abstrato
significa trabalhar com conceitos e construir modelos. Tanto uns quanto outros
são ferramentas para a construção do abstrato.
Momento 2 – Trabalho com Prazer
O fundador da Sociedade
Brasileira de Eubiose, professor Henrique José de Souza, afirmou que “A
humanidade é infeliz por ter feito do trabalho um sacrifício, e do amor um
pecado”. Este sacrifício está na própria origem da palavra trabalho. Ela vem do
latim vulgar tripaliari, que quer dizer martirizar, sacrificar, torturar com o
tripaliu, instrumento de tortura, uma espécie de chicote com três pernas,
alguns com as pontas de ferro. Assim, quando falamos de trabalho, a palavra nos
remete a um contexto longínquo de castigo, pena, expiação. Na Grécia antiga
existiam dois conceitos para o trabalho, que vão ser essenciais para o que aqui
pretendemos desenvolver. O primeiro deles é ponos, que significa o trabalho
realizado pelo escravo e, por isso mesmo, com o caráter de fadiga, pena,
expiação. O outro é ergon, o trabalho realizado pelo homem livre, de caráter
criativo, artístico, filosófico, científico, realizado com sucesso. Há algumas
décadas, os estudos voltados à melhor adaptação homem/máquina receberam o nome
de ergonomia, resgatando a antiga palavra grega. Também é importante ressaltar
que no decorrer dos séculos, no interior da língua grega houve uma deturpação,
uma deterioração do significado da palavra ergon. Ela perdeu a significação de
trabalho criativo, prazeroso, e passou a ser simplesmente trabalho no sentido
de execução de uma obra qualquer. É como se a característica divina do trabalho
fosse se diluindo e desaparecendo e, ao mesmo tempo, em ergon foi se
incorporando o de ponos, punição. Bem, a história do trabalho como castigo,
punição e sacrifício já é bem conhecida de todos. Sempre existiu e persiste até
hoje, como um grande empecilho para a evolução humana, como observou o professor
Henrique José de Souza. Vamos então resgatar ergon, como um tipo de trabalho
sem culpa, sem pena, sem expiação, mas prenhe do novo, do futuro, como
essencial para a objetivação do Novo Pramanha. Detalhando ergon, podemos
afirmar que este possui três grandes eixos, três grandes possibilidades de
realização, de construção. E todas são importantes para o avanço do estado de
consciência da humanidade, para transformar o trabalho no âmbito do mental
abstrato como uma atividade cotidiana, em que homens e deuses interagem com
alegria e prazer. Estes três grandes vetores que apontam para o Quinto Sistema
de Evolução são: mímesis, práxis e poiésis. Mantivemos os termos em grego,
tendo em vista sua ampla abrangência de significação. Mímesis era a base do
trabalho criativo na Grécia antiga. Aristóteles, na Poiética, afirma que a
imitação é o primeiro estágio da criação intelectual, artística. O ato de
imitar, diz o filósofo grego, é congênito no homem e, mais ainda, este se
deleita com o imitado. É algo prazeroso. Dentro da perspectiva da Eubiose,
podemos afirmar que mímesis nos remete à Idade de Ouro, quando os deuses viviam
na face da Terra, e os homens se esforçavam para imitá-los. Ainda do ponto de
vista aristotélico, quando mais próximo o trabalho de mímesis da reprodução da
natureza, dos mitos, da sociedade, das revelações sagradas, mais este é
verdadeiro. Assim, já se estabelece um critério de verdade para a poesia, para
as obras de arte, para a educação, para as instituições humanas. Mas como tudo
que é humano é também contraditório, nunca o homem na sua inteira dimensão
humana poderia recriar totalmente verdadeiro, idêntico, à natureza, ao divino.
Aristóteles supera este problema com o conceito de verossímil. (Mas uma vez o
conceito se mostra uma ferramenta indispensável para a construção do mental abstrato). Diz ele
que a verossimilhança não expressa ipso facto a verdade, mas a possibilidade de
uma obra, de um trabalho ser verdadeiro. A práxis é alguma coisa muito citada
nas últimas décadas.Mas aos poucos foi também
perdendo seus conteúdos semânticos. Para resgatá-los, vamos refletir sobre
práxis partir de théoria. Théoria vem do verbo grego theorein, que significa
olhar, contemplar. Mas não é um simples olhar. É um olhar sobre a natureza como
expressão divina, como fornecedora de conhecimento. É um olhar de quem quer
conhecer. O verbo, por sua vez, vem do substantivo theoi, que quer dizer Deus.
Do olhar que busca o conhecimento, que reflete, que medita, a princípio sobre
algo que transcende o pensador, Deus, este theorein, com os séculos,
transformou-se em théoria, que entre muitas acepções pode-se afirmar ser a
capacidade de construir modelos abstratos para reproduzir o real em outra
dimensão, em outro nível de conhecimento, além do simples conhecer. Mas, se no
tempo dos gregos, podia-se falar em théoria, um trabalho de reflexão sobre a
realidade, já há algum tempo não se pode desgrudá-la da práxis. Esta última
entendida como a capacidade de trabalho do homem, com sua criatividade, de
mudar o ambiente externo, a natureza, a realidade, mas, também, com isso, mudar
a si mesmo, sua subjetividade. Daí a acepção clássica de Marx em sua terceira
tese sobre Feuerbach: os homens estão condicionados pelo ambiente e pela
educação, mas também é verdadeiro que são precisamente os homens que são
capazes de mudá-las. E Marx disse com todas as letras, numa crítica ao
idealismo alemão, que não basta interpretar o mundo. Tem que modificá-lo. Como
conseqüência, no mental abstrato, lócus onde se processa a construção do Quinto
Sistema de Evolução, não podemos mais falar isoladamente em théoria e práxis, e
sim em théoria/práxis, conceito que pressupõe o diálogo, o trabalho conjunto
entre homens e deuses. Em outras palavras, o Novo Pramantha. O conceito de
trabalho como poiésis ultrapassa em muito os de mímesis e de théoria/praxis. A
poiésis é um trabalho criador essencialmente fundador. Ele coloca na cultura,
na história humana (e talvez até na história divina) um novo Significante, que
pelo seu poder de germinação e multiplicação, é capaz de fundar novos
paradigmas. Pelo seu caráter de fundação, a poiésis é profundamente
revolucionária, não apenas porque muda e transforma o mundo, mas também e
principalmente, aparentemente sem raízes no passado, instala um marco a partir
do qual o mundo nunca mais será o mesmo. Alguns exemplos: o Cristianismo, a
Mecânica de Newton, o Heliocentrismo de Copérnico, a Relatividade de Einstein,
a Psicanálise de Freud e a Eubiose de Henrique José de Souza.
Momento 3 – Superando a
Incompletude
Do ponto de vista humano, Jiva,
preparar-se para o 5° Sistema implica entre muitas coisas, avançar em direção
ao Androginismo Perfeito. Em Mistérios do sexo, o professor Henrique José de Souza esclarece muito bem a
questão do Andrógino Perfeito, que não é 50% masculino e 50% feminino, formando
um todo de 100%, como pensam alguns esotéricos que tentam entender algumas das
orientações sexuais minoritárias. O Andrógino Perfeito surgirá com os homens
soli-lunares 100% masculinos em sua natureza externa e 100% femininos em sua
natureza interna. As mulheres luni-solares serão o inverso, 100% femininas em
sua natureza externa e 100% masculinas em sua natureza interna. No Androginismo
Perfeito, portanto, o conflito hoje existente na parte subjetiva homem/mulher,
entre anima e animus, estará totalmente superado. Este conflito é muito mais
uma angústia de ausência causada pela incompletude subjetiva, psíquica – do
feminino no homem e do masculino na mulher, gerando uma desarmonia, uma
carência ancestral, que vem desde a divisão dos sexos na Lemúria. Esta falta
que nos empurrou aceleradamente para a evolução, trouxe com ela o mental e a
noção de egoidade, essenciais para o Sistema seguinte. Mas a humanidade do 4°
Sistema ficou até certo ponto incompleta, atrasada no aspecto emocional. Sofre
de uma incompletude psíquica, subjetiva, da ordem do afetivoemocional. Esta
falta, este vazio a empurra a uma busca permanente, a uma demanda de amor, para
em vão tentar suprir esta ausência. Como esta busca de amor ocorre colada ao
mental, como se fossem duas faces da mesma moeda, ela vem sempre acompanhada de
uma vontade de saber, uma vontade de conhecer. Isso tudo nos impulsiona ao
progresso, à evolução, apesar de ter um
preço, um custo em ansiedade e sofrimento. Como possui um mental concreto
estruturado, uma parte da humanidade procura preencher este vazio, de uma
maneira ou de outra, através de vários processos de sublimação. Só que ele
nunca é preenchido com a parte de Ser que nos falta, e sim através de várias
suplências ao longo da vida. Estas suplências de certa forma tamponam o que nos
falta em termos afetivo-emocionais. De suplência em suplência, de maya em maya,
como denominamos na SBE, trilhamos um processo de amadurecimento, de
conhecimento, de evolução. Superar a incompletude é o que realmente interessa.
Um dos passos importantes é termos consciência que as suplências, as
sublimações, as mayas, inclusive as iniciáticas (por exemplo a formação
profissional, as diversas experiências com o sexo oposto, a criação artística,
o conhecimento esotérico, etc.), são vestes que usamos em determinadas épocas e
sua importância e prioridade deverão ser descartadas e substituídas por outras
durante a caminhada evolutiva. Um outro passo, outro vetor, é a vivenciação dos
ensinamentos do Prof. Henrique José de Souza relativos ao amor-sabedoria, em
que o primeiro termo deixa de ser uma mera busca para suprir uma falta, mas se
associa à sabedoria, que é um processo integral de conscientização. Superar a
incompletude é saber da impossibilidade de preencher totalmente o vazio
ancestral, a não ser com a paulatina inserção consciente no Pramantha.
Momento 4 – O Trabalho Consciente
O domínio do mental concreto e o
não bloqueio do abstrato, associado à consciência da sua situação afetiva – uma
falta que não pode ser totalmente preenchida – leva o discípulo Jiva a queda
das penúltimas identificações imaginárias. Uma com a ciência, que esperava
resolver todos os problemas universais. Outra com a forma idealizada de alguém
do sexo oposto, isto é, não ama uma pessoa concreta, mas sim um lugar
imaginário que pensa representar um outro. Ao colocar o conhecimento científico
em sua verdadeira dimensão, de precariedade e instabilidade, o discípulo começa
a se tornar apto para vislumbrar o mental abstrato. Ao mesmo tempo, ao despir a
pessoa amada das formas idealizadas pela carência afetiva primordial,
prepara-se para o futuro androginismo, passa a ver o outro que ama não como
alguém que irá responder às suas demandas afetivas imaginárias, mas sim um
outro sujeito, de sexo diferente, que irá ajudá-lo a entender o si mesmo e ao
mundo. A evolução humana não é um processo linear. Ao mesmo tempo que estas
últimas mayas são superadas, destruídas, o discípulo estará trabalhando em
outro vetor essencial para sua jornada iniciática. É a construção da sua
singularidade. Cada pessoa é um ser especial entre 6 bilhões de habitantes da
Terra. Saber desta diferença absoluta entre um e bilhões, ter consciência
profunda dela, é também compreender que determinadas ações só nós podemos realizar
no mundo. Consciente da nossa singularidade absoluta, passamos a entender
nossas ações como a expressão da vontade individual em termos de processo
evolucional. Há então um salto vertiginoso, sublime, em que conseguimos
transformar as angústias difusas e inconscientes, as culpas passadas e
presentes, em algo esplendoroso que a integração e a responsabilidade
consciente no trabalho do Pramantha. Neste momento que podemos considerar como
de grande esplendor, cai a última maya, que é a nossa identificação idealizada
com o nosso Orientador, com o nosso Mestre, com o Avatara. Ao cair a
identificação mayávica com o Mestre, se estabelece entre Ele e o dis cípulo uma
verdadeira relação pramânthica, em que o Um se torna Múltiplo e o Múltiplo se
torna Um. O Venerável Antônio C. Ferreira, em aula de 24/02/1945, publicada
pelo CEP-SBE no livro Aulas da Coluna J, explica esta integração no Pramantha
sob a ótica do Adepto, que age sempre em correspondência com uma determinada
força cósmica. Diz ele: “Assim, o Pramantha, não é mais do que o conjunto das
forças cósmicas, maiores e menores, agindo com vida e forma humana, na Face da
Terra. Vê-se, pois, que cada Adepto tem o seu lugar bem determinado, em
correspondência com a força cósmica que representa e faz transmitir; daí não
poder haver dois Adeptos ligados à mesma força.” Na mesma aula explica o
Venerável Ferreira que apesar de não poder haver dois Adeptos ligados à mesma
força cósmica, poderá haver [...] “subaspectos encarregados de concentrar
forças menores da mesma qualidade, e em última análise e grau, cada homem vem a
se tornar um desses subaspectos, de pequena ordem, é claro, mas, o que é
importante, - ligado a uma bem determinada Linhagem, que, com o evoluir, só
poderá se ligar a um dos aspectos do Pramantha, e jamais a outro.”
Momento 5 – A Insersão no
Pramantha
De uma maneira ou de outra, toda
a humanidade está englobada no projeto do Pramantha. Mas para alguns,
principalmente os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose, não basta ser
atingido pelos reflexos do trabalho realizado pelo Novo Pramanha. Há que se
inserir conscientemente nele. E a inserção consciente pressupõe ao mesmo tempo
trabalho na humanidade e reflexão, meditação pessoal. Um realimentando o outro.
Com certeza existem centenas de maneiras, de formas, de possibilidades de
trabalhar integrado no Pramantha. Apenas para não ugir do nosso referente
principal, pois fazemos parte de uma instituição iniciática, a Sociedade
Brasileira de Eubiose, digamos que existem 777 portas de entrada, funções a
serem realizadas ... Como discípulo, o membro da instituição iniciática é
necessariamente um elo de ligação entre a humanidade e aquele ou aqueles que
elegeu como Mestre, existe então claramente uma questão de transmissão do
conhecimento, transmissão do saber, transmissão da consciência, a partir do
diálogo, do trabalho conjunto entre homens e deuses no lócus do mental
abstrato. Nós estamos implicados no Novo Pramantha, quer dizer, estamos
envolvidos, estamos enredados na espiral da evolução. Não é mais uma relação de
quem recebe ensinamentos, novos conhecimentos, os elabora e retransmite. Isso
já é muito, mas não o suficiente. Implicar-se significa inserção no Pramantha,
com todas as dimensões humanas comprometidas com o trabalho de evolução.
Implicar-se é aumentar em muito os pontos de contato, de cruzamento, do projeto
pessoal de vida com o Pramantha. Sob a ótica da evolução, da história humana,
tivemos o trabalho sendo realizado pelo próprio corpo, ou por ferramentas que
eram extensões deste. Milhares de anos a humanidade levou lavrando o campo,
construindo habitações, tecendo, etc. O trabalho como fator de modificação da
natureza era ainda incipiente. Para ficarmos na mitologia grega, foi época de
Atlas, o deus que carregava a Terra nas costas, e os trabalhos heróicos eram
realizados por Hércules. Mas aconteceu um momento em que as ferramentas não
eram mais suficientes. E o fogo que Prometeu doou aos homens, como
conhecimento, foi literalmente domado, domesticado, na primeira máquina à
vapor, corretamente chamada de máquina de fogo. O conhecimento e domínio da
termodinâmica, com Carnot e Kelvin fizeram as revoluções industriais, e a
entropia e a entalpia entraram no dia a dia das pessoas. Agora estamos iniciando também uma nova
época. O fogo de Prometeu não é mais mistério. O trabalho mais fascinante, que
se inicia, é não mais o da produção e transformação do calor, mas sim o da
informação. E o deus desta era é, sem dúvida alguma, Hermes, Mercúrio, que
transporta o conhecimento entre os deuses e, por que não, para e entre os
homens.
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